Um dos tipos de derivação de palavras na língua portuguesa é a derivação imprópria. Esta permite que uma palavra, escrita da mesma forma, possa servir a diferentes classes gramaticais. A palavra “claro”, por exemplo, pode ser entendida como um adjetivo antônimo de escuro, como um advérbio significando clareza e até mesmo como o nome da operadora de celulares brasileira concorrente da “Vivo”. Vale lembrar que “vivo” também pode ser o antônimo de morto ou até mesmo a conjugação do verbo “viver” na primeira pessoa do singular no presente simples do modo indicativo.
São apenas exemplos, mas que, se levados a proporções maiores, ajudam-nos a entender as nuances de diferentes interpretações que apenas uma palavra, por menor que seja, pode causar.
Somos indivíduos moldados e absolutamente sujeitos a possíveis situações que venham a ocorrer. Tais situações estruturam nossas linhas de pensamento, a fim de que nossa linguagem adapte-se às circunstâncias em que nos encontramos. E, desta forma, seja livre o bastante para não precisar ser definida, conceituada e fixa. E sim maleável o suficiente para abranger diferentes significações em inúmeros contextos.
Esta é a ideia proposta por Wittgenstein ao usar a expressão “jogos de linguagem” e, somado a isso, o claro entendimento de que a linguagem está diretamente associada ao mundo e suas indefinições.