domingo, 12 de setembro de 2010

Mundo imundo

O mundo da dança só tem me impressionado. Quem sabe sou eu que acordei apenas agora e, mesmo que involuntariamente, comecei a perceber as sujeiras que por ele rolam.
Pessoas perigosas, umas armadas, outras não. Movidas por uma inveja grandiosa, capaz de destruir qualquer essência possível.
O que vemos hoje em dia são grupos que se odeiam, lutam por bailarinos, fazem competição. Coreógrafos copiógrafos, como diria um amigo meu. Festivais injustos. Eventos pilantras. Uma série de fatores políticos, sociais, pessoais que desencadeiam num maremoto de problemas.
A grande preocupação atual é julgar. Julgamos tudo e todos em qualquer lugar em que estivermos. Uma pena é que o mundo dançante não quis ficar de fora dessa e resolveu aventurar-se nesse frenesi também. Nos restam as perguntas: Até que ponto arte pode ser julgada? O que é julgar um trabalho artístico? Quais os pré requisitos para fazer isso? Julgar seria a palavra certa? Qual a recompensa disso tudo?
Destas perguntas surgem milhares de outras e outras e outras. Porém, ao invés de os artistas aproveitarem estes questionamentos e insatisfações para produzirem obras que criticam e realmente lutam por alguma solução, muitos preferem fazer barraco e julgar aqueles que julgaram. E aí? Onde mora a arte nisso tudo? É ela apenas a pauta da discussão, mas deixa de ser ação. E aí é que se afundam aqueles que se dizem ser artistas. Confundem-se ao achar, que, pelo simples fato de expor opinião e por fogo na fogueira, podem ser considerados tais.
Cada vez perde-se mais a essência de fazer arte de verdade. Cada vez perde-se mais o respeito mútuo entre as pessoas. E a união que deveria ser presente e constante, a fim de pelo menos tentar mudar tantos problemas que cercam o mundo da dança, só tende a sumir, sumir, sumi, sum, su, s...
Como eu sou inocente. Como todos os mundos, de todos os sabores, são injustos. Como sujeira espalha-se rápido. Não há sabão no mundo que controle mentes invejosas e trupes injustas.
E eu que pensava que no mundo da dança sujeira só podia ser em relação à técnica. Me enganei. O mundo dançante também precisa lutar, urgentemente, contra a poluição.